Quaresma: quando a liturgia nos convida à interioridade

12-03-2010 22:36

Ao celebrarmos a Quarta-Feira de Cinzas iniciamos um novo tempo litúrgico, a Quaresma. Este tempo é tido como um tempo de oração, de nos fazer repensar a nossa vida à luz do mistério de Cristo. Mas, ao mesmo tempo, os cristãos esquecem-se da sua importância e, principalmente, da sua importância na renovação da sua vida espiritual.

Para uma melhor atitude dos cristãos perante o mundo contemporâneo é necessária uma melhor vivência dos três grandes princípios com que a Igreja nos convida a viver este tempo: jejum, esmola e abstinência.

Os três princípios tornam-se estruturantes, para que o homem sinta a sua finitude, a sua necessidade de Deus para puder crescer e se tornar mais capaz a tornar o mundo mais parecido com o Reino de Deus, anunciado por Cristo.

Hoje este tempo pode ser reduzido a uma série de ritos, que não têm qualquer tipo de aplicação prática na vida de cada um, porque não é explicado, nem vivido o seu simbolismo, pois não se deve esquecer que a Quaresma é uma caminhada rumo a uma melhor vivência do centro da fé cristã: a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. Apenas fazendo esta caminhada em comunidade e individualmente cada um dos baptizados pode perceber o mistério da entrega de Cristo por cada um de nós, e dessa forma, não pode recusar o seu chamamento a ser sinal de Cristo no mundo de hoje.

Assim, a Quaresma é uma verdadeira catequese, pois apenas formados damos testemunho, apenas abrindo-nos a Cristo podemos ser sinal e exemplos Dele neste mundo secularizado. A caminhada da Quaresma assume-se como algo de estruturante para cada um dos cristãos, para que estes assumam a dignidade que lhe foi conferida no Baptismo. Uma boa vivência quaresmal é fonte de um bom entendimento do mistério da Paixão de Cristo, e dessa forma, do mistério da redenção do homem, pelo qual o homem participa da divindade, como verdadeiros filhos que somos.

Ao iniciarmos a Quaresma deste ano, não nos deve interessar as suas origens, ou como se desenvolveu na caminhada litúrgica da Igreja. O que nos deve interessar é a oportunidade que nos dá de mudar de olharmos para Deus e para o mundo a partir do interior e do silêncio, para que a partir daí possamos proclamar, com os mais altos berros, a glória e o esplendor de Cristo Ressuscitado, fundamento e penhor da nossa vida, que somos chamados a anunciar todos os dias, nas pequenas coisas.

Sérgio Pinho

5º Ano

Procurar no site

Contatos

Associção de Estudantes do Seminário Maior de Viseu