Pequena leitura da mensagem quaresmal de S. S. Papa Bento XVI

12-03-2010 22:38

Este ano na sua mensagem para a Quaresma o papa Bento XVI apresenta-nos uma boa reflexão sobre a virtude da justiça. É uma reflexão difícil de fazer, pois nós homens não somos capazes de entender Deus e a sua justiça a partir da nossa realidade quotidiana.

O homem deve procurar ser justo e essa justiça, é uma imitação da justiça divina. Ao olharmos a presente mensagem importa revermo-nos na intenção do papa em considerar que a verdadeira justiça não vem do homem, aliás, a justiça mais do que uma realização do ser humano é uma tomada de consciência da sua ligação a Deus, ligação esta pela qual o homem descobre que apenas em Deus atinge a sua realização como ser humano, isto é, a divinização do homem efectuada pelo sacrifício redentor de Jesus Cristo, na sua Morte e Ressurreição é a verdadeira humanização do homem.

Desta forma o papa procura que nós nesta quaresma pratiquemos a verdadeira justiça, uma justiça mais conforme ao coração de Deus, esta justiça não se baseia no mero acto de retribuir aquilo que cada um merece consoante a sua condição, mas assenta no pressuposto da caridade, da misericórdia. Portanto a justiça cristã não tem a sua base num mero conceito de virtude mas sim numa pessoa: Jesus Cristo, que mais do que nos dizer o que é a virtude da justiça, é um exemplo vivo dessa virtude.

A partir de tudo o que foi dito até agora, o cristão para viver a justiça deve entregar-lhe o seu coração, da mesma forma como deve entregar o seu coração a Deus. Mas este entregar-se não pode ser algo subjectivo pois diz-nos o papa Bento XVI: “o cristão é levado a contribuir para a formação de sociedades justas, onde todos recebem o necessário para viver segundo a própria dignidade de homem e onde a justiça é vivificada pelo amor”. A justiça fortalece-se no coração humano pelo fortalecimento da caridade, esta quaresma os cristãos são chamados a aperfeiçoar, de uma forma mais concreta, a sua caridade, isto é, a sua oblação ao próximo, sendo sinal, dessa forma, da justiça de Deus no meio dos homens.

Sérgio Pinho

5º Ano

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